quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Brasília

Acho difícil um arquiteto expressar uma diversidade de sentimentos imparciais depois de ter recebido uma bagagem acadêmica sobre as referências modernistas em que Brasília se baseia. Sem dúvida, é um prato cheio e imperdível de obras de arte (edificações) à céu aberto, colocadas uma ao lado da outra para o deleite do olhar. Como numa galeria, cada prédio tem no seu entorno grandes vazios que reforçam sua monumentalidade.


Acho que monumental é uma boa expressão para se referir à Brasília.


Eu sempre fui da opinião de que uma cidade se conhece a pé, andando pelas ruas. Não é o caso de Brasília. Tentei fazer isso, mas por vezes me senti um astronauta explorando um planeta inabitado. Definitivamente a cidade não foi pensada para deslocamento de pedestres. Tentei uma expedição à pé, do hotel perto da Torre de TV até o terminal rodoviário do eixo monumental. Uns 3 ou 4 Km de gramados e avenidas somente. Me senti pequeno, ignorado e um infrator, achando que a cidade não me queria por ali. As poucas árvores existentes já estavam locadas para moradores de rua. Tentei andar pelos gramados, mas tive que desviar o caminho por questão de segurança. Se eu me senti um pouco rejeitado por estar à pé, fiquei admirado como um morador de rua consegue sobreviver numa cidade como Brasília. Pelo menos no Plano Piloto.


Como Brasília é do tipo “Ame ou Odeie”, me concentrei nas coisas boas que a cidade oferece. Para quem não tem muito tempo, recomendo um rápido City Tour de 2 horas com ônibus de 2 andares (http://www.brasiliacitytour.com.br/) que possuem sistema de gravação em três idiomas, com localização por GPS, onde se faz um breve relato a cada ponto turistico. Pode-se descer por 10 minutos na Catedral, na Praça dos 3 Poderes e no Palácio da Alvorada. Depois com calma você pode pegar um táxi para conhecer pontos específicos como o Congresso, por exemplo.


Gostei muito do Palácio do Itamaraty, com seus amplos espaços e um jardim no último andar magnífico. Por estar maior parte dos tradicionais pontos turísticos no Eixo Monumental e pelo tempo restrito de 4 dias, desta vez meu conhecimento sobre Brasília ficou da impressão do que vi. Acho que ter 2 a 6 meses para morar em Brasília se poderia ter outras impressões, talvez melhores, talvez piores. Acho que Brasília tem múltiplas facetas, mas uma coisa é certa: Brasília é uma cidade única.



Vista do Eixo Monumental a partir da Torre de TV. O espaço pode confundir o pedestre desavisado: as distâncias são muito maiores do que parecem. Lugar para um tour motorizado.









Os desenhos iniciais feitos para Brasília por Lúcio Costa já incluíam o conjunto de Palmeiras Imperiais, seguindo uma sugestão que lhe havia sido feita muitos anos antes, em 1936, pelo arquiteto francês Le Corbusier. Plantado em 1960, o conjunto de 60 árvores foi replantado em 1974 e, em 2004, recebeu iluminação especial, em projeto realizado pela Companhia Energética de Brasília




Indo do Congresso Nacional ao Palácio da Alvorada (residência Presidencial) é possível observar o cerrado, vegetação
o
riginal do local








A Ponte Juscelino Kubistchek, projetada pelo arquiteto Alexandre Chan, formado pela UFRJ, em 1965, conquistou o primeiro lugar no concurso de projetos da Ponte JK, em 1998, e teve sua inauguração em 2002. Em 2003 foi merecidamente agraciado com a Gustave Lindenthal Medal da International Bridge Conference, Pittsburgh, Pa, USA na categoria beleza e adequação ambiental.

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