Acho difícil um arquiteto expressar uma diversidade de sentimentos imparciais depois de ter recebido uma bagagem acadêmica sobre as referências modernistas em que Brasília se baseia. Sem dúvida, é um prato cheio e imperdível de obras de arte (edificações) à céu aberto, colocadas uma ao lado da outra para o deleite do olhar. Como numa galeria, cada prédio tem no seu entorno grandes vazios que reforçam sua monumentalidade.
Acho que monumental é uma boa expressão para se referir à Brasília.
Eu sempre fui da opinião de que uma cidade se conhece a pé, andando pelas ruas. Não é o caso de Brasília. Tentei fazer isso, mas por vezes me senti um astronauta explorando um planeta inabitado. Definitivamente a cidade não foi pensada para deslocamento de pedestres. Tentei uma expedição à pé, do hotel perto da Torre de TV até o terminal rodoviário do eixo monumental. Uns 3 ou 4 Km de gramados e avenidas somente. Me senti pequeno, ignorado e um infrator, achando que a cidade não me queria por ali. As poucas árvores existentes já estavam locadas para moradores de rua. Tentei andar pelos gramados, mas tive que desviar o caminho por questão de segurança. Se eu me senti um pouco rejeitado por estar à pé, fiquei admirado como um morador de rua consegue sobreviver numa cidade como Brasília. Pelo menos no Plano Piloto.
Como Brasília é do tipo “Ame ou Odeie”, me concentrei nas coisas boas que a cidade oferece. Para quem não tem muito tempo, recomendo um rápido City Tour de 2 horas com ônibus de 2 andares (http://www.brasiliacitytour.com.br/) que possuem sistema de gravação em três idiomas, com localização por GPS, onde se faz um breve relato a cada ponto turistico. Pode-se descer por 10 minutos na Catedral, na Praça dos 3 Poderes e no Palácio da Alvorada. Depois com calma você pode pegar um táxi para conhecer pontos específicos como o Congresso, por exemplo.
Gostei muito do Palácio do Itamaraty, com seus amplos espaços e um jardim no último andar magnífico. Por estar maior parte dos tradicionais pontos turísticos no Eixo Monumental e pelo tempo restrito de 4 dias, desta vez meu conhecimento sobre Brasília ficou da impressão do que vi. Acho que ter 2 a 6 meses para morar em Brasília se poderia ter outras impressões, talvez melhores, talvez piores. Acho que Brasília tem múltiplas facetas, mas uma coisa é certa: Brasília é uma cidade única.
Vista do Eixo Monumental a partir da Torre de TV. O espaço pode confundir o pedestre desavisado: as distâncias são muito maiores do que parecem. Lugar para um tour motorizado.
Os desenhos iniciais feitos para Brasília por Lúcio Costa já incluíam o conjunto de Palmeiras Imperiais, seguindo uma sugestão que lhe havia sido feita muitos anos antes, em 1936, pelo arquiteto francês Le Corbusier. Plantado em 1960, o conjunto de 60 árvores foi replantado em 1974 e, em 2004, recebeu iluminação especial, em projeto realizado pela Companhia Energética de Brasília
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A Ponte Juscelino Kubistchek, projetada pelo arquiteto Alexandre Chan, formado pela UFRJ, em 1965, conquistou o primeiro lugar no concurso de projetos da Ponte JK, em 1998, e teve sua inauguração em 2002. Em 2003 foi merecidamente agraciado com a Gustave Lindenthal Medal da International Bridge Conference, Pittsburgh, Pa, USA na categoria beleza e adequação ambiental.
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