Com a invenção da torneira, em 1800, e a construção da rede de abastecimento de água em domicílio, iniciada 76 anos depois, no Rio de Janeiro, o preparo dos alimentos se tornou uma prática mais asseada. Já não era necessário deixar a cozinha do lado de fora da casa. Havia ladrilhos hidráulicos laváveis para revestir o piso e até uma incipiente coleta de lixo, lançada em caráter experimental, no Rio, em 1885. Sem falar na geladeira, uma invenção que fez toda a diferença no dia-a-dia doméstico. Não chegava a ser um eletrodoméstico. “Eram armários de madeira, revestidos por dentro com cortiça e folha-de-flandes. Havia uma prateleira no alto, onde se apoiava a pedra de gelo (produzida em fábricas) comprada por assinatura , e uma canaleta que conduzia a água do degelo para um balde.
Nas primeiras décadas do século 20, deu-se outra enxurrada de novidades. Em 1901, o palácio do governo de São Paulo instalou o primeiro fogão a gás de que se tem notícia no Brasil. E a moda não custou a pegar, aposentando de vez os velhos fogões a lenha. “Eram importados e vendidos pelas próprias companhias de gás, que exploravam a iluminação pública”, conta. Em 1905, começou-se a produzir energia elétrica, a princípio para iluminação e fins industriais. Poucos anos depois, os americanos já conheciam a revolucionária geladeira elétrica, invenção que só desembarcou aqui em 1928. Nem de longe se parecia com as geladeiras atuais – bem pequenininha, ainda tinha boa parte do espaço interno ocupado pelo motor. Mas ninguém chiava. Era o começo de uma era de facilidades há muito sonhadas: liquidificador, batedeira, espremedor de frutas e torradeira logo vieram na carona.
Portanto, a época é de ecletismo, e se encontra de tudo no mercado, acentuando a personalidade do cliente. Quem gosta de receber, vai optar por projetos integrados; quem tem talento para a culinária, vai investir, além de integração, em um espaço equipado; os de rotina agitada, precisam de projetos inteligentes; quem gosta de inovar, aposta em marcenaria arrojada e colorida. O fundamental para uma jovem solteira pode ser dispensável para o chefe de família. O custo também é eclético. Como a cozinha é o local da casa que contém maior número de equipamentos, dos mais diversos níveis de sofisticação, pode-se fazer cozinhas a partir de R$ 10 mil, e se chegar à cozinhas de R$ 500 mil ou mais. Por isso, antes de definir a sua cozinha, busque referências, pesquise em revistas, sites e lojas especializadas. Visualize no seu dia-a-dia, como uma cozinha lhe serviria melhor. A dinâmica da família, como ela funciona, deve ser a base do projeto. E, finalmente, passe isso tudo ao seu arquiteto, discuta com ele as melhores soluções, e tenha certeza que tudo terminará com um belo jantar de inauguração.
Referências: Flávio Pinho – www.história.abrir.com.br e Revista Casa & Ambiente nr.39
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